Leitura Vibracional por Domi Valansi
Meu nome é Domi Valansi e eu sou uma curiosa nata. Não por acaso, virei jornalista para ser uma perguntadora profissional. Na série que esta coluna inaugura na Revista Per Vivere Bene, vou dar meu relato pessoal sobre processos terapêuticos, vivências, rituais etc.
Vamos descobrir coisas novas?
LEITURA VIBRACIONAL (OU LEITURA DE AURA PARA OS ÍNTIMOS)
Era véspera de um retiro espiritual do Per Vivere Bene. Mas as chuvas, que no último ano estão cada vez mais frequentes, destruíram a estrada que levava à fazenda. Eu ia de carona e a remarcação para o final de semana seguinte, me colocou no lugar de motorista. Nessa mudança de planos, eu conheci a Duda, que também é jornalista de formação, mas trabalha com leitura de aura. Ela foi de carona comigo para o retiro, em uma estrada castigada por buracos, mas também cheia de belezas.
Aura pra mim me remete a uma prática popular na minha infância (nos anos 80 e 90): a leitura da cor da aura. A técnica investiga e interpreta qual energia a pessoa estava envolta, a partir de linhas monocromáticas ou borrões desordenados. Enfim, quando a leitura de aura foi citada, meu parco conhecimento sobre o tema não serviu de nada, pois apesar do substantivo em comum, este processo é muito mais interno e profundo.
Retiro espiritual cumprido, elos firmados entre as participantes, eu quis saber mais sobre a leitura de aura ou leitura vibracional, como Duda prefere chamar. Denominações à parte, marcamos uma sessão para algumas semanas depois. O processo normalmente é feito online, mas para esta matéria eu pedi um encontro presencial. E lá estava eu em uma ensolarada manhã, pronta para mergulhar em algo que eu não tinha muita ideia do que se tratava, mas que prometia abrir a intuição, ampliar a consciência e trazer um processo de limpeza. Nada mal, não é mesmo?
Apesar de não ser uma pessoa especialmente esotérica, gosto muito da ideia de manifestações (ou sincronicidade, serendipidade, coincidências) acho que esses termos podem definir o que estou falando. Porque acontecem algumas coisas impressionantes na minha vida, com uma certa freqüência. Então é sempre bom esbarrar com mais algumas, ainda mais em série, como foi na leitura.
Sentada de frente para a Duda, ela fecha os olhos e evoca energias do cosmos e da terra que vão fluir pelos nossos corpos. E então começa a trazer cenas, metáforas, algumas delas que dialogam diretamente com o meu dia a dia (e que ela não teria como saber). Enquanto faz a narrativa (sempre de olhos fechados), vai passa a mão (no ar) fazendo uma limpeza e alinhamento energético do campo. Vale lembrar que processo não é conversa, mas um processo de escuta: ela vai me narrando as situações.
Cinematográfico é o mínimo que eu posso dizer. Como em um livro, eu me visualizei em diferentes situações. A cor laranja, mesma do chakra da criatividade, abriu a primeira imagem. Eu apareci pegando um pincel bem largo e fazendo um risco em uma tela de grandes dimensões, como uma demarcação de território. Eu tenho a intenção de continuar pintando esse quadro branco, completá-lo de tinta, mas não sei se sozinha vou dar conta do recado. E aí surge um sentimento de insuficiência e um fechamento que não permite que outras coisas novas aconteçam. A falta de luz no fim do túnel, faz com que pareça que alguns problemas não tenham solução. Mas tem. E mais rápido do que eu esperava (spoiler).
Na segunda etapa, fomos para a Birmânia em 1392, onde (em uma vida passada) eu fui uma menina que foi raptada e viveu por décadas com outra família, achando que estava tudo bem e que seus pais estavam cientes de tudo. Até um irmão aparecer para contar a verdade. No caso aqui, a questão era a sensação de ter sido enganada com palavras, por mais que tudo tenha corrido bem ao longo do tempo. Não sei se já aconteceu com vocês, mas já senti muitas vezes esta sensação de ser enganoso. E apesar dos percalços, dos caôzeiros de plantão e dos buracos na estrada, dá para ser feliz sim e dar a volta por cima.
A terceira etapa passa pelos chacras: sete imagens e seus respectivos realinhamentos. Em cada uma delas manifestou algum fato, coisa, cena próxima a mim: o personagem da série que estava vendo, o meu carro que não ligou, a marca de chocolate preferida, o beija-flor que aparece com recorrência, reflexões sobre a morte, etc. E vários chamados de abertura para o mundo intuitivo.
No final da sessão, que leva pouco mais de uma hora, fiquei bem cansada. É muita coisa, alguns momentos mais herméticos (ok, podem ter coisas que não entendi até agora), mas a gente recebe a gravação para rever o conteúdo. E em termos de abertura de caminhos, ao longo do dia seguinte uma área minha que estava travada teve uma reviravolta pro bem. Bem impressionante.
Como a leitura de aura não é algo a princípio para ser feito de forma recorrente, vou esperar um tempo para certamente voltar e me reencontrar com essas imagens e narrativas que mostram tanto os buracos da nossa estrada, com as infinitas possibilidades de irmos além da realidade atual. Com as energias e as bênçãos do invisível.
Dominique Valansi é jornalista com pós-graduação em “Fotografia como instrumento de pesquisa nas ciências sociais”. Trabalhou três anos como coordenadora de conteúdos digitais do MAM Rio. Já trabalhou na comunicação de 12 edições do Festival do Rio de Cinema, nove edições da ArtRio – Feira de Arte do Rio de Janeiro, e duas edições do Rio2C – Rio Creative Conference.
Atualmente faz a comunicação do projeto Arte nas Estações (Museu Internacional de Arte Naïf) e do projeto Revitaliza Rio. Há dois anos é embaixadora brasileira do evento internacional Museum Week. Em julho de 2022 foi uma das realizadoras da primeira edição do NFT.Rio, primeira exposição internacional de arte digital do Brasil, que aconteceu na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
Como freelancer, foi consultora de mídias sociais do MHC | Museu Histórico da Cidade, é colaboradora da Revista Dasartes, já fez a comunicação online das galerias: Mercedes Viegas, Cassia Bomeny, Solar dos Abacaxis, Editora Cobogó, Ernani Leiloeiro, Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Galeria Radiante, Espaço OASIS, Galeria Lado B, Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Oficina Ethos, entre outros.
PER VIVERE BENE